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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Proteção solar em crianças.

Artigo retirado do blog do Pediatra


O Sol é um inevitável companheiro dos brasileiros, para o bem e para o mal. O fato do nosso país ser essencialmente um país tropical, nos dá ampla exposição solar, mesmo que sem intenção. Isso é principalmente observado quando a criança já anda e corre e já não quer mais ficar no lugar que determinamos.

Segundo um alerta expedido no 4o Dermario (encontro de dermatologia realizado no Rio de Janeiro em 2008), "calcula-se que 70% das radiações que irão causar câncer de pele na vida foram recebidas na infância". O alerta diz também que apesar das intensas campanhas de prevenção contra o câncer de pele, "meninos e meninas se expõem três vezes mais ao sol do que os adultos". Portanto, assim como nos remédios, os banhos de sol têm indicações e contra-indicações.

O principal benefício dos raios solares, principalmente do temido UVB (sim, os raios ultra-violetas do tipo B) é ativar a vitamina D ricamente presente no leite materno ou administrado em complementos para crianças que recebem leite de vaca ou fórmulas a base de leite de vaca, cabra ou de extrato de soja. Esta vitamina tem como principal efeito fixar cálcio nos ossos prevenindo o raquitismo na infância e a osteoporose tardia. No entanto, essa exposição deve ser dosada.

A "dose" de sol em crianças varia bastante dependendo de quem orienta mas existe uma tendência à recomendação cada vez mais restritiva. Segundo uma pesquisa do Instituto do Câncer (Inca), bastam 2 minutos de exposição solar diária para a ativação da vitamina D na pele das crianças. Outras fontes sugerem que não se passe de 30 minutos de sol por semana na criança despida e de 2 horas na criança vestida. Alguns chega mesmo a recomendar apenas "banho de sombra" (luz indireta, embaixo de barracas) até o 1o aniversário. Entre 10 horas da manhã e 4 da tarde, há uma maior intensidade de raios ultra-violetas, portanto, o sol deve ser evitado neste horário.

Os protetores solares são altamente recomendados a partir dos 6 meses de idade. Antes disso o risco de reações alérgicas ou irritativas na pele da criança não compensa o uso. Dos 6 meses aos 2 anos de idade, os mais recomendados são os filtros solares físicos. De qualquer forma, um dermatologista talvez deva ser procurado para orientar melhor o protetor para cada faixa etária.

O filtro solar deve ser aplicado 30 minutos antes da exposição e reaplicado após transpiração intensa, banho de praia ou natação e a cada duas horas de exposição solar.
Algumas empresas têm investido em roupas com fotoproteção para crianças, como bonés, roupas e guarda-sol feitos com proteção solar fator 50, mas isto ainda é novidade e não cobrem todo o corpo.

Segundo algumas pesquisas, o filtro solar para crianças deve ter um fator de proteção solar (FPS) entre 15 e 30. Abaixo de 15 não confere proteção suficiente e acima de 30 pode trazer mais prejuízos do que benefícios. Os filtros com FPS maiores que 30 podem dar a falsa idéia de "super proteção", baixando a guarda dos pais, induzindo-os a acreditar que a exposição das crianças pode ser maior que a recomendada, principalmente em época em que todos querem curtir a praia ou a piscina, diminuindo a reaplicação e a observação do horário recomendado. Além disso, um protetor solar com FPS 30 bloqueia 96.5% da energia UVB incidente, enquanto que um protetor solar com FPS 40 aumenta este nível apenas para 97.5%, necessitando, entretanto, de 25% a mais de princípio ativo para atingir este ganho mínimo (1%). Este é um custo-benefício fácil de entender. O risco é muito maior que o benefício.

Um bebê recém-nascido pode precisar de alguma exposição diária de sol para combater a icterícia (coloração amarelada da pele ou do "branco dos olhos") comum nos primeiros 15 dias de vida, mas isso deve ser somente com orientação médica.


Aprecie o Sol - com moderação!

Nota: apesar do inverno, não se esqueça que exposição solar é sempre exposição solar. Portanto, nos dias quentes de inverno, a proteção deve ser encarada da mesma forma.




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Essas crianças...

Desde que tive meu filho Pedro penso em escrever. Não apenas algo para as mães mas compartilhar com todos as alegrias, sustos, tristezas, emoções e até os momentos de raiva que todos os pais passam com seus filhos.
Cada filho é único, não dá para generalizar. Mas existem coisas que toda criança faz, sem exceções...quem tem filho vai se identificar, quem pensa em ter filhos...vai se surpreender!

Além disso, quem é de Sorocaba e região poderá conferir, aqui, dicas de passeios, programação cultural e outras atividades voltadas para a família, conferidas e recomendadas por mim.
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